O episódio repugnante em que cães famintos devoraram um filhote de jumento no Bairro Novo Horizonte, em Patos, foi analisado pelo vereador e sindicalista Zé Gonçalves (PT) como o retrato da situação de abandono dos animais de rua em Patos e do descaso com a saúde pública.
Na tribuna da Câmara Municipal na sessão dessa terça-feira (7), o vereador patoense leu a matéria do jornalista Jozivan Antero publicada no portal Polêmica Patos, em que o episódio revoltante foi noticiado. Ele clamou a todos os vereadores da Casa Legislativa a formarem uma força-tarefa para se reunir com os gestores do município e buscar uma solução imediata para a problemática dos animais da rua de nossa cidade.
Zé Gonçalves disse que uma atitude precisa ser tomada e dirigindo-se ao vereador Sales Júnior, líder do governo, solicitou que ele marcasse uma reunião para que fosse discutida uma solução urgente para o problema.
“É uma questão grave. Desde 1974 que moro em Patos e eu nunca tinha presenciado uma cena como a que eu presenciei na manhã de hoje”, relatou.
Na opinião de Zé Gonçalves, o descaso é criminoso e da mesma forma como os cães famintos estão atacando outros animais, eles podem atacar as pessoas também. “Lá no Residencial Itatiunga tem um cachorro que já atacou dez pessoas”, relatou.
O vereador patoense disse que em sua rua tem mais de 30 cachorros, muitos doentes, com sede, com fome, transmitindo doenças e atacando pessoas.
Ele criticou a falta de estrutura dos órgãos designados para cuidar dos animais, criticando a situação do pet móvel cujos pneus estavam ‘carecas’. O veículo destinado para castração só teria castrado dez animais no mês de novembro e mais 15 neste mês. “Vai resolver o quê? Tanta propaganda, mas falta atitude”, reclamou.
Zé Gonçalves reclamou também da falta de servidores de apoio para o serviço, pois moradores contaram que informaram ao serviço do pet móvel que haviam gatos doentes na localidade e foi pedido para que eles trouxessem o animal até o veículo.
“Isso é um papel da secretaria responsável. É uma questão de saúde pública, mas pelo que tô vendo aqui vai ser preciso que esses cachorros matem uma criança ou um idoso para que se tome uma posição?”
Zé Gonçalves disse, ainda, que não se trata de falta de recursos, mas de compromisso com as políticas públicas”, ressaltou.