O vereador e sindicalista Zé Gonçalves (PT) teve requerimento aprovado na sessão da Câmara Municipal de Patos na noite dessa terça-feira (22), em que solicitou explicações da Prefeitura sobre a retirada das árvores do canteiro da Avenida Pedro Firmino, ação que considerou crime ambiental contra a cidade.
De acordo com o vereador, nada justifica o que fizeram naquela avenida. “A gente observa que há muito tempo vem se degradando o meio ambiente em Patos e não é por pessoas estranhas, mas justamente por pessoas de gestões municipais”, desabafou.
Ele sequenciou ações parecidas, exemplificando, entre elas, a retirada de todas as árvores ao lado da igreja Catedral de Nossa Senhora da Guia; da Rua Augusto dos Anjos; ao lado do Hotel JK; do trecho entre o Banco do Nordeste até a antiga Gipagel e de lá até a linha férrea.
Zé Gonçalves informou que, em alguns casos, foram retiradas algarobas e plantados nas laterais das avenidas alguns pés de ninho, árvore advinda da Ásia. Essa retirada das algarobas deixou a cidade ainda mais quente e sem as sombras das algarobas que aliviavam a claridade excessiva do sol forte de nossa cidade.
Na opinião de Zé Gonçalves, a alegação de que seria para implantar três vias na Avenida Pedro Firmino, não se justifica porque na altura do Edifício Estevam e do Mercado Central até a Praça do Guedes só tem duas vias. “Só ficará aquele trecho ali com três vias?”, questionou o vereador patoense.
Ele fez duras críticas às medidas tomadas pela Secretaria de Meio Ambiente em relação à arborização do Centro da cidade, principalmente em relação à poda das primeiras copas das árvores da lateral do Mercado da Carne. Ele questionou ainda sobre a falta de espaço que possibilite a arborização das laterais daquele trecho que compreende todo o Mercado.
Zé Gonçalves indagou ainda sobre a contradição da gestão em não ter motosserra para uma ação nas margens do rio Espinharas, do rio da Cruz e do rio da Farinha e nos diversos bairros de Patos e, no entanto, existe equipamento para retirar as árvores da avenida Pedro Firmino.
“Aquilo ali, além de ser um crime ambiental, é um crime também contra as pessoas” disse Zé Gonçalves, elencando os vendedores de água mineral, água de coco e lanches, os cabeceiros que jogavam dama enquanto aguardam caminhões para descarregar e também as pessoas que aguardavam na sombra atendimento no Bradesco.
“Aí vem a STTrans dizer que é um projeto de engenharia. Que projeto de engenharia é esse que não leva em consideração as pessoas, o meio ambiente e que não preserva a natureza?”, questionou.
Zé Gonçalves sugeriu que a gestão visite o município de Serra Negra do Norte, no estado vizinho do Rio Grande do Norte, para observar como a arborização daquela cidade está mais avançada do que a da nossa cidade.
O vereador patoense citou o fato de Patos ter um vice-prefeito professor do curso de Engenharia Florestal e não existir nenhuma parceria ou qualquer ação nesse sentido.
“Procurem fazer um estudo da idade dessas árvores e ver quais delas estão doentes, qual a perspectiva de vida delas e qual o tipo adequado aqui para nossa cidade”, sugeriu.
Ele criticou, ainda, o fato de não ter acontecido nenhuma discussão com o Conselho Municipal de Meio Ambiente. “E ainda vem prefeito, secretário e o retratista retratar uma situação daquela”, completou.