Zé Gonçalves repudia ato da direção da Maternidade ao emitir nota como se tratamento dado às mães naquela unidade “fosse coisa simples”

O sindicalista e vereador Zé Gonçalves (PT) repudiou o tratamento dispensado às mães e crianças na Maternidade Peregrino Filho e repudiou mais ainda a forma, que na opinião dele é histórica das direções da Maternidade, como emitiu uma nota “depois que são praticadas as irregularidades, como se não tivesse acontecido nada, como se fosse algo simples”.

O desabafo foi feito na noite dessa terça-feira (10) em discurso na sessão remota da Câmara Municipal de Patos.

O parlamentar informou que está reunindo toda documentação para encaminhar ao Ministério Público e também entrar com ação na justiça.

Na concepção de Zé Gonçalves, foi uma vergonha a nota publicada pela direção da Maternidade. “A responsabilidade maior é da direção da Maternidade porque é ela que tem que ter o controle sobre o funcionamento dessa casa de saúde que se diz amiga da criança. Imagina se fosse inimiga da criança”, ressaltou.

O parlamentar citou o caso da denúncia feita pela advogada Shirley Dantas de violência obstétrica contra a jovem Cristiane Pereira da Silva, de 29 anos.

De acordo com a denúncia, a mãe passou uma semana indo e vindo da maternidade, com 39 semanas e com perda de líquidos, sem que fosse feito o parto cesariana que seria necessário. O parto aconteceu somente na manhã do domingo, após a jovem apresentar sinais de desfalecimento durante a madrugada, com mais de 26 horas nessa luta, conforme contou a acompanhante da paciente.

Zé Gonçalves citou outros casos de denúncias de violência obstétrica, em que houve morte do bebê e de sequelas que provocaram deficiências graves nas crianças.

Ele fez um apelo ao governador João Azevedo e aos deputados estaduais para atentar ao que está acontecendo na Maternidade Peregrino Filho. Na opinião do parlamentar, a Câmara Municipal também deve se posicionar sobre o que vem ocorrendo naquela unidade de saúde.

Zé Gonçalves reclamou que até então ninguém respondeu a nenhum processo na Justiça ou houve qualquer punição para os responsáveis. “Diante de tudo que acontece, abre-se inquérito administrativo em que eles mesmos julgam eles próprios e não dá em nada”, reiterou.
Foram aprovados requerimentos do vereador solicitando o número de partos normais e cesarianas, como também os profissionais, no período de 1° de janeiro a 9 de agosto de 2021.” Vamos intensificar a luta para que essas pessoas respondam pelos maus tratos as mães, crianças e famílias, não apenas de Patos, mas de toda a região”, defendeu o parlamentar mirim.