O 28º Grito dos Excluídos, que acontece em Patos na manhã desta quarta-feira, 7 de Setembro, traz a reflexão sobre o significado da data e do que ela trouxe de transformação para a sociedade brasileira como o tema: “Brasil, 200 anos de Independência. Para quem?”
Na Tribuna da Câmara Municipal na sessão dessa terça-feira (6), o coordenador pedagógico da Ação Diocesana de Patos, Irenaldo de Araújo Pereira, destacou o legado de quase trinta anos do Grito dos Excluídos.
Ele definiu o evento como uma manifestação da sociedade brasileira recheada de significados e que está conectado por uma série de atividades que ocorrem todo o ano.
“Em vista do cuidado com as pessoas que padecem situações de vulnerabilidade, seja no âmbito social, econômico, político ou existencial”, completou.
De acordo com Irenaldo, o Grito está em sintonia com as lutas que anseiam por participação popular, segurança alimentar e nutricional, moradia, trabalho, Saúde, Educação de qualidade, assistência social e renda.
O primeiro Grito dos Excluídos, conforme ele, aconteceu 1995, como o tema ‘Vida em Primeiro Lugar’ e foi fruto da 2ª Semana Social Brasileira realizada nos anos de 1993 e 1994 e que reuniu segmentos e pastorais da Igreja Católica. “O qual vem ecoando até o presente”, ressaltou.
Ele informou que a Ação Diocesana de Patos é uma organização da Sociedade Civil que realiza atividades que vão além do território municipal e chegam a outras localidades da Região e do Estado da Paraíba. Elas prestam assistência a camponeses, quilombolas, crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e com necessidades educativas especiais.
“O pilar da caridade é um fórum que congrega todas as pastorais sociais da Diocese de Patos e que realiza trabalhos que primam pela defesa da vida”, explicou.
“Neste ano, o momento é de dar voz a quem não tem voz e nem vez, priorizando os vulneráveis, nesse momento difícil que passa o povo brasileiro, com o aumento do gás de cozinha, da cesta básica, da gasolina, do número de desempregados, e o pior, a volta da fome”, analisou.
Irenaldo destacou também a importância da defesa da democracia e da liberdade, num momento em que segmentos tentam confrontar o Estado Democrático de Direito. “Este ano o Grito se une às vozes das pessoas defensoras do Regime Democrático e contra os saudosistas de regimes autoritários”, reiterou.
Irenaldo também criticou discursos de ódio e raiva capitaneados por grupos que incitam o ódio e a violência recheados por narrativas religiosas reacionárias, que direcionam ataques à CNBB, às pastorais e ao papa Francisco.
Programação
A programação do Grito dos Excluídos começa a partir das 6h da manhã na Concha Acústica da Praça Edvaldo Mota com o café da manhã que é oferecido às populações de rua e que terá a participação de convidados que se juntarão ao grupo.
Ocorrerá também um momento de oração com todos os presentes, destacando a participação de representantes de comunidades quilombolas, de sem tetos e demais comunidades periféricas.
A partir das 9h, haverá uma caminhada até a Catedral de Nossa Senhora Da Guia, onde acontece um momento de oração e o ato do Grito dos Excluídos.