Avanço do aedes aegypti deve-se à falta de plano de ação em prédios abandonados e não é culpa dos agentes de endemias, avalia Zé Gonçalves

O vereador e sindicalista Zé Gonçalves (PT) eximiu a responsabilidade dos agentes de saúde e de combate a endemias que acabam sendo acusados injustamente de serem os responsáveis pelos altos índices de infestação do mosquito Aedes Aegypti no município de Patos.

O parlamentar mirim defendeu o esforço e a dedicação desses servidores que atuam em número reduzido e, portanto, com sobrecarga de trabalho e sem as devidas condições para exercer suas atividades.

Ele informou que o déficit aqui em Patos é de 35 agentes de endemias e que há também déficit dos agentes de saúde que soma mais de 40 profissionais. “Nós temos várias áreas descobertas aqui no nosso município e tem agente que está cobrindo duas áreas”, explicou.

Outra preocupação, conforme Zé Gonçalves, é em relação ao número de imóveis fechados. Ele disse que existem muitas casas, que ele denominou de ‘latifúndios urbanos’, fechadas em nossa cidade e o agente não tem como entrar para fazer o seu trabalho.

“Você tem uma série de prédios de particulares e até de governos municipal, estadual e federal em que não é feito esse trabalho”, denunciou

Ele citou entre outros prédios fechados e abandonados e que devem estar servindo de depósito de mosquito, postos de combustíveis, prédios de antigas algodoeiras, a Escola Normal no Belo Horizonte e a antiga Escola Maria Nunes, no São Sebastião.

Zé Gonçalves solicitou à Secretaria de Saúde a intensificação de um trabalho mais amplo e que não se restrinja somente à distribuição de panfletos e instalação de tenda em praça. “Tem que ter uma equipe para entrar nesses locais. Esses proprietários têm que ser notificados para abrir, pois as caixas d ‘água devem estar infectadas e sujas porque são casas abandonadas”, ressaltou.

Na opinião dele, nem o carro fumacê vai resolver se não tiver uma intervenção nesses prédios abandonados. Ele acredita que só um trabalho conjunto da gestão, através das secretarias de Saúde, Infraestrutura e Meio Ambiente, pode obter os resultados esperados com a notificação dos proprietários e a intervenção junto a áreas de criadouros dos mosquitos.

Zé Gonçalves acredita que não será possível reduzir drasticamente esse percentual de 5,8 por cento da dengue registrado em Patos sem essa ação e pediu para que, pelo amor de Deus, não botem a culpa nos agentes de endemias. “Esses companheiros não têm as condições mínimas de trabalho aqui em Patos e nem o carro fumacê vai resolver enquanto persistir essa situação estrutural” alertou.