Após mais uma sessão sem quórum para votações por não ter o comparecimento mínimo de oito parlamentares mirins na Câmara Municipal, o vereador sindicalista Zé Gonçalves (PC do B) fez um desabafo e proferiu: “já que a Mesa Diretora da Casa não faz o desconto nos salários dos vereadores faltosos, que o povo faça o desconto no voto, dia 6 de outubro”.
“E o pior é que muitos comparecem, abrem a sessão e vão embora”, acrescentou, ressaltando os prejuízos que a prática traz para a votação das matérias e para o andamento dos trabalhos na Casa Legislativa.
Zé Gonçalves lamentou que a situação venha se repetindo na Câmara Municipal e fez um diagnóstico do que acontece no período eleitoral, delegando àqueles que trocam seu voto por tijolos, telhas, habilitação, cirurgia paga pelo SUS, entre outros ‘arranjos’.
“Aí, se tem a Câmara que nós temos hoje”, lamentou, ressaltando o descompromisso de quem está faltando sem nenhuma justificativa com o povo de Patos.
Zé Gonçalves lamentou também que em três anos e meio, a atual legislatura não tenha conseguido alterar o Regimento Interno ou modificar a Lei Orgânica do Município, por exemplo, no que diz respeito a descontar os salários dos vereadores que faltam sem uma justificativa plausível.
De acordo com os cálculos dele, se fossem descontadas as faltas, levando em consideração oito dias (sessões) de trabalho no mês, faltar a uma sessão sem justificativa, acarretaria em um desconto de R$ 1.252,62 dos R$ 10.021,00 (salário bruto) que um vereador recebe em Patos.
“Se o Regimento Interno determinasse o desconto no salário do vereador, pode ter certeza que a coisa seria diferente!”, ressaltou.
Na opinião de Zé Gonçalves, é uma vergonha que em uma cidade com mais de cem mil habitantes, com uma Câmara com 17 vereadores e vereadoras, aconteça o que está acontecendo. Ele acredita que duas ou três horas na noite, dois dias na semana, não atrapalha o trabalho de campanha em busca de voto.