Denúncias de atraso na infusão do medicamento Herceptin para o tratamento de pacientes de câncer do Hospital do Bem de Patos levaram o vereador sindicalista Zé Gonçalves (PT) a apresentar requerimento em que solicita informações à Direção daquela unidade de saúde sobre o cronograma de aplicação do remédio.
De acordo com o parlamentar mirim, que teve o requerimento aprovado na sessão da Câmara Municipal dessa terça-feira (14), ele começou a receber denúncias a respeito do problema desde o ano passado.
Ele informou que o Herceptin é indicado para pacientes com câncer de mama e câncer gástrico e a infusão do medicamento deve acontecer a cada três semanas. Informações médicas, conforme ele, orientam que, no máximo, a ausência da infusão não deve passar de cinco dias da data prevista para a aplicação.
“Ocorre que no Hospital do Bem, vem-se prorrogando inexplicavelmente essas datas, infringindo as orientações médicas”, justificou. Ele exemplificou casos denunciados por pacientes que teriam que ter tomado o medicamento no dia 3 de março e até o momento não recebeu a aplicação do Herceptin.
Ele solicitou também informações ao 6ª Núcleo de Saúde de Patos sobre a quantidade de medicamento Herceptin que foi destinada ao Hospital do Bem em Patos no período de janeiro de 2022 a fevereiro de 2023.
“Solicitamos essas informações para checarmos se o problema é exclusivo de Patos ou de todo o Estado da Paraíba para buscarmos uma solução, inicialmente de forma administrativa”, ressaltou.
Zé Gonçalves estranhou a situação principalmente porque os pacientes em questão estão fazendo quimioterapia. Ele quer saber também se a situação de descompasso só está acontecendo aqui em Patos, no nosso Hospital do Bem, porque não parece estar havendo o mesmo problema, por exemplo, no Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa.
Ele pontuou, inclusive, que a medicação em questão é caríssima, pois custa R$ 13 mil. “E não se pode estar brincando com a vida das pessoas, porque nós tivemos muitos pacientes que foram transferidos de João Pessoa para o Hospital do Bem, porque moravam em Patos, e eles vêm sofrendo com esse atraso”, reclamou.
Zé Gonçalves avisou que se uma solução para o problema não acontecer de forma administrativa, ele acionará o Ministério Público Federal. “Porque, inclusive, uma dessas pacientes conseguiu tomar essa medicação depois de uma ação na Justiça”, informou.