O vereador sindicalista Zé Gonçalves (PT), fez uma visita às comunidades de Redinha e Pinga onde está instalado o Parque Eólico Canoas, compreendendo os municípios de Junco do Seridó, São José do Sabugi e Santa Luzia.
O vereador acompanhou uma visita da Frente Parlamentar Ambientalista e a Frente Parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba, como também de pesquisadores, Comissão Pastoral da Terra, ASPTA, Ação Social Diocesana de Patos, Comitê de Energia Renovável do Semiárido, Projeto Cuidando da Nossa Casa Comum, Associações Comunitárias de Redinha no Município de São José do Sabugi e do Sítio Pinga em Santa Luzia, comunidades quilombolas, dentre outras.
A energia eólica tida como energia limpa por alguns, pois não emite gases poluentes, não gera resíduos, diminuindo assim a emissão dos gases do efeito estufa, mas por outro lado, apresenta diversos desafios e impactos.
Segundo o vereador, ao percorrer mais de 60 km em estradas vicinais, nas serras não foi visto um passarinho, um preá, um tejo, um camaleão e até os caprinos e bovinos também se assustam com o barulho feito pelos aerogeradores. ” Fiquei assustado com essa situação, pois os animais não terão como permanecer numa região assim, com tantos ruídos e até a réstea e o ruído das hélices assusta,” disse o mesmo.
Outra preocupação de Zé Gonçalves é no tocante ao êxodo rural, pois a poeira, a retirada de muitos umbuzeiros, a instalação de aerogeradores e energia de alta tensão, muitos moradores tiveram que abandonar suas casas.” Aquela região é também de mineração e contribui com grande destruição do meio ambiente. Você olha para a caatinga e parece que foi instalado um britador, pois a poeira está tomando de conta, cobrindo árvores e casas, levando a doença e aumentado o trabalho das mulheres na limpeza das casa e também na saúde da família”, destacou o parlamentar mirim.
O vereador disse ainda que os proprietários, grandes, médios e pequenos estão recebendo seus valores, mas o contrato que assinaram foi por muito tempo e prejudicou especialmente os agricultores que ao firmarem o contrato, perderam o direito de se aposentarem como trabalhadores e trabalhadoras rurais.” Isso é um grande prejuízo não assegurar a aposentadoria. Além disso, alguns agricultores não ficaram com a segunda via do contrato”, alertou.
Zé Gonçalves disse que o momento é de acompanhar e trabalhar no sentido de reduzir os impactos ao meio ambiente e os moradores não terem prejuízos. É também momento de prevenir as demais comunidades já mapeadas pelas grandes empresas para expandir os Parque Eólicos e Usinas Solares “. Tem gente que olha para aquelas serras e acha que não vale nada. Que não existem vidas. Que só serve para isso mesmo. Que foi a única solução, mas no entanto, nem os municípios estão recebendo os valores esperados no início da instalação”, disse o vereador