O 27º Grito dos Excluídos foi realizado na manhã desta terça-feira (7), ‘Dia da Independência’ em Patos, Sertão do Estado, num clima de revolta e luta contra as mazelas provocadas pela política genocida e ainda mais excludente do governo Bolsonaro contra as classes trabalhadoras, os mais pobres e excluídos do País.
Lideranças de vários segmentos sociais se juntaram a Dom Eraldo Bispo, da Diocese de Patos e Região, e ao vereador Zé Gonçalves (PT), único representante da classe política a participar do evento. O grito proferido foi de basta a Bolsonaro e sua ingerência social e política e de alerta para que os preceitos cristãos predominem nos corações e que se trilhe o caminho da justiça social.
Representantes dos diversos segmentos sociais deixaram suas mensagens em forma de grito contra a opressão a que estão sendo submetidos. A destruição das políticas públicas também foi execrada pelas lideranças. O fim do Conselho de Segurança Alimentar (Consea) e o corte de financiamento da Política de Convivência com o Semiárido deixarão milhares de famílias do campo sem acesso à água de qualidade para o consumo humano e para a produção de alimentos saudáveis.
O bispo Dom Eraldo disse, ao observar uma criança que ali estava, que no contexto de morte e destruição que ora vivemos, “nós temos a vida como a esperança, como o grande motivo para a nossa luta”, refletiu. Ele disse que o projeto de vida que Deus tem para a humanidade está sendo prejudicado pelo egoísmo e pela ganância.
Dom Eraldo criticou que pessoas com altos salários tenham aumento de seus auxílios moradia, enquanto pessoas de rua, sem condições financeiras vivam mendigando um lugar para se esconder. “É um desses gritos, podemos ouvir outros gritos de pessoas abandonadas ao relento da vida”, lamentou.
O vereador e sindicalista Zé Gonçalves disse que seu mandato na Câmara de Patos tem a função de estar a serviço do povo de Patos e que ele foi capacitado nas lutas do dia a dia. Zé Gonçalves criticou o uso da violência em nome de uma suposta liberdade que não traz cidadania, nem justiça ao povo brasileiro.
“Eles querem liberdade para quê, para manter 15 milhões de desempregados em nosso país? para manter 19 milhões de pessoas passando fome?”, questionou. O parlamentar criticou ainda que 40 milhões de trabalhadores estejam na informalidade e que indígenas, sem terra e sem teto estejam sendo massacrados.