Num discurso em que resgatou a história de Antonieta de Barros, ativista pioneira e parlamentar negra que criou o dia dos professores e professoras, Zé Gonçalves criticou o adiamento do feriado e reivindicou a realização de concurso para que professores com contratos temporários possam ser efetivados e recebam o piso nacional da categoria.
Na opinião do parlamentar mirim, é preciso mais investimento na Educação, menos escolas militarizadas e mais Paulo Freire.
De acordo com ele, Antonieta de Barros foi uma das primeiras parlamentares mulheres do país, ao ser eleita deputada estadual por Santa Catarina em 1934. Até então, uma das três únicas mulheres eleitas no Brasil e a única negra.
Expoente da ideia anárquica de que as mulheres deveriam ter direito ao voto, ela foi eleita há menos de meio século da abolição da escravatura e há apenas dois anos do direito feminino a participar de eleições. “Num país fortemente preconceituoso quanto à classe, cor e gênero”, ressaltou.
O parlamentar mirim considerou um desrespeito aos professores os decretos tanto municipal como estadual adiando o dia dedicado aos profissionais. “Mas como eles estão no poder, acham que podem tudo”, reclamou, enfatizando o repúdio à decisão tomada sem nenhuma discussão ou consulta aos sindicatos representativos das categorias.
Zé Gonçalves defendeu a realização de concurso público para que os professores com contratos temporários passem a ganhar o piso nacional. “Porque um professor contratado ganha hoje apenas 40% do valor do piso nacional da categoria. O que é um absurdo!”, reiterou.