Zé Gonçalves critica contratação por processo seletivo com salários irrisórios para a Educação e diz que medida é aberração e é eleitoreira

Uma aberração com objetivos eleitoreiros. Foi assim que o vereador sindicalista Zé Gonçalves (PC do B) denominou a contratação através de processo seletivo temporário de servidores da Educação anunciado pela gestão Nabor Wanderley (Republicanos).

O parlamentar mirim criticou na tribuna da Câmara Municipal de Patos os salários oferecidos a professores (R$ 2 mil com carga horária de 30 horas) e professores intermediários, merendeiras e vigias (salário mínimo com carga horária de 40 horas).

“Nós tivemos aqui a aprovação do aumento de subsídio para prefeito, vice, secretário e vereador e nós vamos passar de R$ 10 mil para R$ 17 mil. E o salário que estão oferecendo aqui para professor é de R$ 2 mil”, disse, indignado.

Para mostrar os pesos e as medidas em questão, Zé Gonçalves informou que, de acordo com os valores da tabela de salários, os professores graduados e concursados de Patos recebem R$ 5,1 mil iniciais e a prefeitura está oferecendo através de processo seletivo temporário a quem também é graduado e vai exercer as mesmas funções apenas R$ 2 mil.

Já um professor com mestrado, inicia recebendo R$ 5,9 mil, com doutorado, R$ 7,7 mil e com pós-doutorado, o salário é de R$ 8 mil. “Veja bem, nem um professor com pós-doutorado ganha igual a um vereador aqui em Patos”, lamentou observando a discriminação entre o salário dos políticos e o salário dos trabalhadores.

Zé Gonçalves indagou à gestão sobre tal atitude, referindo-se também ao irrisório salário mínimo que está sendo oferecido aos professores intermediários, às merendeiras e aos vigias.

“Isso é uma vergonha! Isso é puro empreguismo!”, reclamou, questionando também a falta de informações sobre qual empresa fará o tal processo seletivo temporário.

Ele lamentou que gestores tanto municipais como estaduais estejam enveredando por esse tipo de contratação, uma vez que as políticas direcionadas aos órgãos e instituições a que eles serão destinados são permanentes. “Então, por que só o servidor é que será temporário?”, alfinetou.

O parlamentar mirim defende que, mesmo quando houver necessidade da contratação temporária, os salários devem ser iguais aos dos efetivos, pois eles desempenham as mesmas funções, carga horária e têm as mesmas responsabilidades.

Zé Gonçalves citou a sanção da lei 14.817, pelo presidente Lula, de valorização dos professores e professoras que está sendo desrespeitada. Na opinião dele, esse tipo de contratação tem o objetivo do domínio político porque, ao invés de ter um professor efetivo pagando R$ 5 mil, ele tem dois contratados pela metade do preço cada e ainda tem o voto da família e mais gente para ir aos arrastões de campanha.