Audiência pública: perdas dos governos Temer e Bolsonaro justificam momento de greve para servidores do IFPB e UFCG e estudantes pedem transporte

A luta pela qualidade do ensino e por melhores condições salariais e de trabalho para os professores e servidores da Educação Federal, tanto do IFPB como da UFCG, que ficou paralisada nos seis anos de perseguição e de perdas sob os governos Temer e Bolsonaro, o que levou à diminuição dos recursos e dos investimentos nessas instituições.

A situação preocupante atinge diretamente toda a comunidade universitária e principalmente os estudantes que, em Patos, estão sendo penalizados pela falta de apoio, especialmente do transporte estudantil.

Esse foi o cenário vislumbrado e debatido na audiência pública requerida pelo vereador sindicalista Zé Gonçalves (PC do B) e realizada pela Câmara Municipal de Patos na noite desta segunda-feira, 29 de abril.

Professores, servidores técnicos e estudantes usaram a tribuna para debater sobre a situação vivida pelas categorias que querem do governo Lula mais recursos e uma proposta de melhorias salariais que compensem os prejuízos dos últimos anos.

O vereador sindicalista Zé Gonçalves (PC do B) disse que essa é a hora de mobilizar e unir os movimentos sociais para a disputa de espaço, pois as forças reacionárias estão aí no dia a dia, na mídia, disseminando fake news nas redes numa proporção planetária. “É um alerta para a retomada da luta. Temos que incentivar a juventude para tomar as ruas, como também os trabalhadores e trabalhadoras”, argumentou.

O diretor do campus da UFPB de Patos, Ronaldo Lima, disse que é preciso recursos para que os alunos sejam bem atendidos, tanto no acesso, como nos meios de permanecer e como no êxito. Conforme ele, após as perdas de governos não comprometidos com a educação, tem sido necessário uma retomada, mas essa retomada não vem acontecendo conforme o esperado.

Já o professor do IFPB, Lavoisier Morais, disse que a luta não é unicamente por melhorias salariais, mas também por mais investimentos e contratação de professores e servidores técnicos porque a escassez impede a expansão do ensino.
Macário Araújo, servidor da UFPB, destacou as dificuldades financeiras vividas nos últimos anos, enfatizando que do ano passado para cá, houve uma queda de cerca de R$ 300 milhões no orçamento das universidades federais.

Para ele, a proposta de 9% a partir do ano que vem e o reajuste de 52% nos auxílios não são suficientes. Os auxílios da educação federal, segundo ele, mesmo com os reajustes, ainda são menores do que os de outras categorias como as do Judiciário, do Banco do Brasil e dos Correios.

Marcos Cordeiro, representando os estudantes do IFPB, usando a tribuna, apontou a falta de transporte público gratuito como um dos problemas graves enfrentados pelos estudantes.

A dificuldade diária dos estudantes se locomoverem às instituições de ensino técnico e superior federais é um dos fatores da evasão e impede até que os jovens busquem uma vaga, conforme ele, que solicitou dos vereadores um programa de transporte público para os estudantes do IFPB e UFCG.