As questões envolvendo o Conselho da Mulher de Patos e os conselhos que envolvem o papel das mulheres enquanto cuidadoras, como o da Pessoa Idosa e da Criança e Adolescente, foram o ponto alto da audiência pública que discutiu políticas públicas para as mulheres, proposto pelo vereador sindicalista Zé Gonçalves (PT) e realizada pela Câmara Municipal.
Samara Oliveira, presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher, ressaltou a necessidade de políticas públicas que atendam a todas as mulheres, independente da localização geográfica, posição econômica ou origem.
Ele lamentou o fato da documentação do Conselho ter desaparecido e desabafou sobre os atos de opressão que teria sofrido, aos quais chamou de perseguição. “É preciso fortalecer os conselhos. Nós não somos inimigos, nós queremos cooperar”, enfatizou. Samara pediu respeito e reconhecimento pela história de luta do Conselho da Mulher, que tem 25 anos de existência.
Pastora Joana, ex-presidente do Conselho da Mulher, pediu para que fosse registrado nos anais da Casa Legislativa de Patos o grave sumiço dos documentos do órgão que estavam guardados na Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as mulheres.
“É um absurdo o que aconteceu”, disse, reivindicando que a Prefeitura de Patos abra uma sindicância para apurar os fatos e se descubra o que aconteceu. “Porque não é possível. Os registros, a história, parte dela, ali documentada. E simplesmente desapareceu e ninguém ser responsabilizado por isso? É uma vergonha não ter uma responsabilização!”, desabafou a pastora Joana.
Maria Joseni (Josa), presidente do Conselho Municipal de Direito da Pessoa Idosa, reivindicou a formação de uma comissão na Casa Legislativa para dar suporte ao Conselho na luta pela efetivação das políticas públicas voltadas aos idosos. Ela acenou para a possibilidade de Patos poder ter uma ILPI (instituição de longa permanência para pessoa idosa) modelo, como a que está sendo pactuada em São Mamede.
Samyr Xavier, presidente do Conselho da Criança e do Adolescente, disse que é preciso unir forças, gestão, conselhos e a sociedade para que as coisas aconteçam.
Para Carminha Soares, presidente do Sinfemp, as mulheres, principalmente as da periferia, precisam ter moradia digna, saúde, creches para os seus filhos e educação para ela e para sua família. “Nós queremos políticas públicas que tragam dignidade”, ressaltou. Ele lamentou a falta de transporte público e o desemprego que afetam a mulher. “E se não tem educação e emprego para os filhos jovens, como essa mulher vai ficar?”, questionou.