O vereador sindicalista Zé Gonçalves (PT) denunciou as péssimas condições de trabalho a que estão sendo submetidos os trabalhadores efetivos e contratados da Secretaria Municipal de Infraestrutura de Patos.
Na sessão ordinária da Câmara Municipal da última quinta-feira (28), o parlamentar mirim apresentou, inclusive, vídeos com flagrantes de desrespeito aos trabalhadores. De acordo com ele, os servidores estariam manuseando até água de esgoto do canal do frango para misturar a massa do cimento dos serviços serem feitos.
Zé Gonçalves disse que os trabalhadores não dispõem de material, ferramentas ou infraestrutura, a exemplo de banheiros químicos nos locais de trabalho, e ficam sem local adequado para fazer as necessidades fisiológicas.
Outro problema é a falta de água para beber, já que é importante a hidratação quando se trabalha exposto ao sol e ao calor intensos, que hoje chega a 44 graus celsius. O parlamentar mirim denunciou também que não são disponibilizados para eles os EPIs, os equipamentos de proteção individual adequados.
“Essa poeira é pó de brita e pode petrificar no pulmão, causando doença incurável e eles sequer tem máscara”, disse mostrando uma imagem de um trabalhador sem máscara, luva ou qualquer outro equipamento de proteção para sua saúde.
O transporte desses trabalhadores tem sido feito na carroceria de um veículo, junto com o material, de acordo com o vereador sindicalista. “Correndo risco de acidentes”, analisou.
O aumento da jornada de trabalho que antes era de 6 horas e passou a ser de 8 horas fez com que servidores se tornassem bóias-frias, pois parte deles residem em municípios da Região Metropolitana de Patos e precisam trazer a marmita de casa para poder almoçar, conforme relatou o parlamentar mirim.
Denúncia ao MPT
“Essa situação dos trabalhadores e trabalhadoras é alarmante, é degradante e transforma o trabalho em algo penoso. E tem que se tomar uma atitude”, reiterou. Zé Gonçalves disse que antes de fazer as denúncias na Tribuna da Casa Legislativa patoense, se reuniu com o secretário de Infraestrutura, Júnior Bonfim para discutir sobre a situação, mas a resposta foi a de que as condições seriam essas e a jornada também não seria alterada.
“Nós vamos encaminhar essas denúncias diretamente ao prefeito Nabor e ao Ministério Público Federal do Trabalho porque essa situação é de plena escravidão para esses companheiros e companheiras”, pontuou, acrescentando que existem denúncias também de assédio moral nos locais de trabalho e não tem um mínimo de estrutura na secretaria que se diz de infraestrutura.
