O vereador sindicalista Zé Gonçalves (PT) se solidarizou com todos os professores e professoras do Magistério atacados pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL) e citou uma postagem do filósofo, historiador e educador Leandro Karnal nas redes sociais, ao final da sessão da Câmara Municipal dessa terça-feira (11).
Ele repudiou as declarações do parlamentar que é filho do ex-presidente considerado genocida, as quais chamou de “falas odiosas”. Ele leu o texto publicado por Karnal em solidariedade aos profissionais da Educação.
Eduardo Bolsonaro declarou em recente manifestação pró-armamentista em Brasília, que os professores seriam doutrinadores piores que traficantes de drogas. As mensagens de repúdio e indignação ao ataque de Eduardo Bolsonaro e de solidariedade aos professores se espalharam pelo país e a do professor Leandro Karnal se destacou entre tantas.
“Um traficante lida com milhões de reais. Um professor nunca verá essa quantia. Um traficante tem poder de fechar o comércio de uma região. Um professor não consegue alterar o dia do conselho de classe de sua escola”, disse Zé Gonçalves citando Karnal.
“Um traficante mata crianças com bala perdida. Um professor protege crianças. Um traficante vende drogas. Um professor ensina, corrige e, por vezes, para completar renda vende cosméticos baratos para colegas da escola”, continua.
“Um traficante tem armas pesadas. Um professor anda desarmado. Um lida com crime. Outro com Educação. Não vendemos drogas. Não somos milicianos. Somos professores. Somos capazes de lidar com a ignorância, mas o único pó que lidamos é com o pó de giz”, concluiu.
Zé Gonçalves considerou o ataque, assim como Karnal, uma apologia ao ódio e à violência que merece cassação do mandato. “A minha solidariedade a todos os profissionais do Magistério, a todos os professores e professoras que fazem a Educação desse país e o meu repúdio a essas falas odiosas por parte dos que estiveram no poder nos últimos quatro anos”, disse o parlamentar mirim.
E concluiu dizendo que “enquanto sindicalista jamais poderia calar diante de uma insanidade dessa, de um genocida, filho de outro genocida”, declarou Zé Gonçalves.