O vereador e sindicalista Zé Gonçalves (PT) disse ter ficado surpreso com a emissão de nota comemorativa do Ministério da Justiça, assinada pela Marinha, Exército e Aeronáutica, neste dia 31 de Março, data que oficializou o Golpe Militar de 1964, que rendeu 21 anos de ditadura no Brasil.
Em seu discurso na tribuna da Casa Juvenal Lúcio de Sousa, o parlamentar mirim patoense lembrou que o período foi marcado por prisões, torturas e mortes.
“O Congresso foi fechado, as eleições deixaram de ser diretas para serem indiretas e os governadores eram nomeados de forma biônica sem passar pelo voto popular”, recordou.
Ele reiterou sobre os crimes cometidos contra brasileiros que eram lutadores populares, a exemplos de padres, freiras, sindicalistas, trabalhadores, jovens e mulheres e todos aqueles que lutavam por liberdade e democracia.
Ele citou nomes como os de Leonel Brizola e Miguel Arraes, na política, Gilberto Gil e Caetano Veloso, na cultura, e tantos outros que tiveram que ir para o exílio para não serem presos, torturados e assassinados.
Zé Gonçalves lamentou o fato de que muitos não tiveram a mesma sorte e sucumbiram no DOI-Codi, (o Centro de Operações e Informações e o Centro de Operações de Defesa Interna, que atuava na investigação e repressão), especialmente em São Paulo, .
Ele ressaltou que, no dia de hoje, reafirma a necessidade de se ampliar a democracia nesse país e lembrou momentos difíceis principalmente para estudantes, professores, intelectuais e políticos que só tiveram de volta suas liberdades com a redemocratização após a luta das Diretas Já e a eleição, mesmo que indireta, de Tancredo Neves e José Sarney.
“Porque qualquer um ou qualquer uma que ousasse em falar, por exemplo, o que eu estou falando aqui, tenha certeza que talvez nem conseguisse falar o que eu falei nesses minutos. Por isso reafirmamos aqui: Ditadura, Nunca Mais! Ditadura, Nunca Mais! Ditadura, Nunca Mais em Nosso País!”, defendeu.