É preciso defender a democracia, para pensarmos em eleição.
Venho observando a fúria dos partidos visando único e exclusivamente a eleição de 2022, sem nenhuma preocupação com a nossa democracia, onde a cada dia avança as ameaças de golpe em nosso País pelo atual presidente e seus seguidores.
As instituições tardaram em combater desde o início essa ofensiva, mas acordaram e na atual conjuntura tem barrado várias iniciativas golpistas e dado início a punição desses descumpridores da lei que descumprem a nossa Constituição Federal.
A maioria dos partidos de esquerda e centro esquerda apostam em seus candidatos. O PT com Lula. O PDT com Ciro Gomes. O PSB com Flávio Dino. O PSOL com Glauber Braga. O PCdoB pensa em candidatura própria, mas diante da conjuntura vem defendendo uma frente ampla contra o bolsonarismo. A UP recém fundado pensa em candidatura própria, mas aposta também na união de todos para derrotar o Bolsonaro. A direita tem muitos nomes, mas com fragilidades e divisão, especialmente o PSDB. A extrema direita, apesar de está no poder, refém do centrão, está dividida e tenta sangrar a cada dia o presidente, depois que o tornou refém.
Mas o que me chama mais atenção, é a visão personalista, hegemônica, de apostar na candidatura de Lula, que com certeza é a mais forte e com reais chances de ser vitoriosa, esquecendo de fazer ao mesmo tempo o trabalho de base, na luta pela democracia. Parece que o que aconteceu em 2016 e em 2018 não serviu e nem está servindo de lição.
O momento é de construir uma frente ampla, envolvendo todos os partidos de esquerda, centro e especialmente os movimentos sociais, na defesa da democracia, contra o golpe e com isso, assegurar a realização das eleições e nossa vitória em 2022.
Parece que para muitos não existe contradição. Mas a luta pela democracia fortalece o nosso campo popular, ganha apoiadores e fortalece o projeto eleitoral. Mas colocar primeiro a candidatura é um grande risco.
Caso contrário, se priorizar a eleição sem mobilização das amplas massas, seremos derrotados.
Até o setor industrial, do agronegócio está enxergando isso, enquanto setores majoritários da esquerda só pensa em candidatura, em eleição e esquecendo de lutar, conversar e mobilizar o povo contra o golpe que se aproxima.
Não ao personalismo e hegemonismo!
Pela construção de uma grande frente ampla, plural, para derrotar Bolsonaro!