O papa Francisco mais uma vez demonstrou preocupação em relação aos países que colocam os interesses econômicos a frente dos sociais no enfrentamento da pandemia de coronavírus. Em carta enviada ao ao presidente da Comissão Pan-Americana de Juízes para os Direitos Sociais, o argentino Roberto Andrés Gallardo, o pontífice alerta os governos que não adotam medidas para defender a população da Covid -19 e com uma reflexão sobre as consequências sociais a serem enfrentadas.
“É verdade que essas medidas “incomodam” aqueles que são obrigados a cumpri-las, mas é sempre para o bem comum e, a longo prazo, a maioria das pessoas as aceita e se move com uma atitude positiva. Os governos que enfrentam a crise mostram a prioridade de suas decisões: primeiro as pessoas. E isso é importante, pois sabemos que defender as pessoas supõe um prejuízo econômico”, destaca Francisco.
Segundo o papa, “seria triste se o oposto fosse escolhido, o que levaria à morte de muitas pessoas, algo como um genocídio viral”. O pontífice diz que algumas consequências da pandemia devem ser enfrentadas, como por exemplo a fome, especialmente pelas pessoas sem trabalho fixo, violência, surgimento de agiotas, e tantos outros efeitos. Mas reforça a reflexão sobre o agora e o depois. “Preparar-nos para o depois é importante”, ressaltou o Papa na carta.
No domingo, o papa pediu, junto a Antonio Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, “um cessar-fogo imediato e global” diante da pandemia de coronavírus.
“Que o esforço conjunto contra a pandemia de coronavírus nos faça reconhecer nossa necessidade de fortalecer os laços fraternos”, disse o papa após o Angelus dominical. (Com agência do Vaticano)