Enquanto servidores estão há sete anos sem aumento, prefeito, vice e secretários querem reajuste de quase 70 por cento

O aumento de R$ 17 mil para R$ 24 mil do salário do prefeito Nabor Wanderley, de R$ 7 mil para R$ 12 mil do vice-prefeito, de R$ 7 mil para R$ 11,5 mil dos secretários e de R$ 3 mil para R$ 5 mil dos secretários adjuntos, encaminhado pelo Executivo para apreciação da Câmara Municipal é um “tapa na cara dos servidores”, na opinião do vereador e sindicalista Zé Gonçalves (PT).

“O prefeito irá aumentar R$ 7 mil no seu salário, do vice, R$ 3,5 mil, dos secretários R$ 4,5 e dos adjuntos R$ 1,5. Enquanto vem aumento aí para prefeito, vice-prefeito, secretários e adjuntos, há sete anos os servidores e servidoras de Patos estão há sete anos sem aumento salarial”, analisou.

O reajuste é retroativo a 1º de Março e será pago, de acordo com o Projeto, por recursos de despesa de pessoal do orçamento vigente. O percentual de aumento é o mesmo autoconcedido ao presidente da República Jair Bolsonaro, o vice-presidente e ministros, ou seja, de cerca de 70%.

Zé Gonçalves reafirmou que, em Patos, com exceção dos professores, dos agentes de saúde e dos agentes de endemias, e de quem tem o Mínimo como base salarial, nenhum outro servidor, durante sete anos, conseguiu aumento salarial. São mais de 2 mil servidores sem revisão inflacionária dos últimos sete anos.

“Todos aqueles que têm como base um valor acima do salário mínimo, que seja um centavo, estão há sete anos nessa situação” reforçou. Os aposentados que recebem acima de um salário mínimo e que não são professores, também não tiveram nenhum reajuste.

Outra situação citada por Zé Gonçalves diz respeito a servidores da Câmara Municipal em que há casos de perda de até R$ 716 mensais porque eram para estar recebendo na tabela de vencimento salarial de 2022 e estão recebendo na tabela de 2006.

“Se o Executivo e o Legislativo mandassem junto também o projeto de Revisão Salarial para todos os servidores e servidoras desta Casa e do Executivo, a discussão seria razoável, mas é uma grande contradição porque aumentam o salário de quem já ganha bem e deixam de melhorar o salário de quem recebe salário de fome”, ressaltou.

Zé Gonçalves só espera, diante de tudo isso, que as discussões sobre os Planos de Cargos, Carreiras e Salários dos servidores, inclusive da Casa Legislativa, venham avançar.