O movimento sindical precisa se reinventar pós pandemia

Retirada de direitos conquistados com muitas lutas, paralisações, greves e ações na justiça, estão sendo retiradas por gestores nos três níveis: Municipal, Estadual e Federal.

Redução de jornada, reduzindo salários da classe trabalhadora. Planos de saúde onde trabalhadores tinham uma certa segurança para eles e suas famílias, mesmo empresas tipo o Correios, sendo inviabilizados, tornando impossível o pagamento. No comércio e indústria, além da redução de salários, vem a redução do número de trabalhadores, as demissões, aumentando o número de desempregados.

Os dirigentes sindicais precisam repensar também a estrutura sindical, serem sensíveis com as demandas dos associados, buscando fazer uma ampla campanha de sindicalização, vendo de forma legal, a inclusão dos contratados, terceirizados que são mais explorados e desrespeitados os seus direitos.

No tocante aos sindicatos de servidores públicos municipais, o desafio é maior, pois as prefeituras não estão fazendo concursos públicos e dos atuais servidores, os que se aposentam deixam de contribuir com a entidade sindical, com exceção dos municípios que tem Previdência Própria, onde eles podem continuar associados e fazendo o desconto da mensalidade, já no caso do INSS, a entidade não tem essa contribuição.

Nesse momento de crise do capitalismo, cresce a falta de perspectiva dos trabalhadores, muitos enveredam pelo individualismo, achando que vai sozinho, resolver todos os problemas, se salvar da demissão, da retirada de seus direitos e os sindicatos necessitam de uma forte estrutura de comunicação, que sempre foi falha antes, quando muitas entidades sequer conseguiram fazer um jornalzinho informativo e atualmente, a comunicação com os trabalhadores devem ser utilizadas novas ferramentas, especialmente a internet, através do whatsapp, Facebook, Instagram, dentre outros. O rádio também cumpre um papel fundamental nos municípios e as entidades devem fazer esforço para assegurar os seus programas, falando assim para os trabalhadores e a população.

Para que tudo isso seja possível colocar em prática, faz-se necessário aumentar a arrecadação, ver novas formas de aumentar as receitas e reduzir despesas e nisso pode até pensar em unificação de entidades sindicais, pois existem municípios com praticamente um sindicato por categoria, divididos, enfraquecidos, sem estrutura de comunicação, sem contadores, assessoria jurídica, dentre outros.

A formação sindical irá descobrir e trazer novos quadros de luta para as entidades sindicais. Neste caso específico, não devemos ter medo, receio de concorrência, de disputa, mas sobretudo em fortalecer a luta. Toda entidade sindical que faz a luta não deve ter medo de futuras disputas de direção, senão, a tendência da entidade é morrer. Pode ser feito o trabalho de inclusão de novas lideranças sem excluir as existentes. Deve ser levado em consideração a inclusão da juventude, das mulheres na luta sindical.

Ainda no campo da formação sindical, deve ser trabalhado cursos, palestras, seminários, encontros. Nenhum dirigente sindical sabe de tudo e precisa ser formado no dia a dia. A formação deve ser trabalhada junto a base. Como afirma o CES – Centro Nacional de Estudos Sindicais e do Trabalho: ” Quando você se forma, transforma”.
José Gonçalves
Sindicalista/PB.