Em reunião com sindicalistas em São Paulo nesta terça-feira (3) o governador do Maranhão, Flavio Dino, fez uma enfática defesa da valorização dos salários, bem como da educação e da saúde pública. Ao discursar durante ciclo de debates promovido pela Força Sindical, o governador do PCdoB também se disse favorável à manutenção da Unicidade Sindical, retorno da Contribuição Sindical e instituição da Taxa Negocial com o objetivo de fortalecer os sindicatos.
“Defender o sindicalismo é importante para o Brasil”, asseverou Dino, advogando a revogação da legislação trabalhista antissindical aprovada pelo Congresso após o golpe de Estado de 2016, que afastou a presidente Dilma Rousseff e conduziu Michel Temer ao Palácio do Planalto, inaugurando o processo de restauração neoliberal que está sendo radicalizado pelo governo de Jair Bolsonaro.
O governador, cuja gestão garantiu aos professores estaduais o maior salário do país, enfatizou a importância da educação e da saúde pública (que supõe o fortalecimento do SUS) no país, criticando a visão neoliberal que prega a desvinculação das verbas orçamentárias destinadas a essas duas áreas estratégicas para o desenvolvimento econômico e social do país. “Sem vinculação os recursos que já são insuficientes serão ainda mais reduzidos”, observou.
Valorizando o trabalho do professor
O novo piso salarial para os professores maranhenses, com carga horária de 40 horas semanais nas escolas do Estado, foi fixado recentemente em R$ 6.358,96. “Desde que iniciei a política de valorização da categoria disseram que o Estado ia quebrar no dia seguinte, mas vem ocorrendo o contrário e o resultado não poderia ser melhor. A qualidade do ensino deu um salto e a posição do estado no ranking do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) avançou quase 30% só no primeiro mandato de Dino, que foi reeleito em em 2018.
Ele também defendeu uma reforma agrária democrática e progressiva, que reduza a carga dos impostos para os mais pobres ao mesmo tempo em que eleva a dos ricos. Hoje, conforme salientou, os pobres pagam relativamente muito mais impostos do que os ricos, inclusive porque os chamados impostos indiretos (como é o caso do ICMS) têm um peso maior na carga do que os impostos diretos (sobre a renda).
Para garantir maior justiça tributária, na opinião do governador, será preciso taxar as grandes fortunas, lucros e dividendos (isentos desde 1995, por gentileza do governo neoliberal do tucano FHC com o Capital), bem como aumentar o imposto sobre herança, que no Brasil (ao contrário do que ocorre em alguns países do chamado 1º Mundo) é hoje risível.
Presente ao encontro dos sindicalistas com o governador comunista o presidente da CTB, Adilson Araújo, mencionou a necessidade de ampliar a unidade democrática e popular para defender a democracia e confrontar o governo da extrema direita.
“O Brasil está sendo submetido a um profundo retrocesso civilizatório. Estamos amargando, não só aqui como em toda a América Latina, os efeitos do neoliberalismo, que resultou no golpe de 2016 no Brasil, contra a presidente Dilma Rousseff, e no golpe contra Evo Morales na Bolívia em novembro do ano passado. Precisamos unir forças para reagir à altura e temos duas datas importantes da nossa luta neste mês: o Dia Internacional da Mulher (8/13) e o Dia Nacional de Luta em Defesa dos Serviços Públicos, dos Servidores e da Democracia (18/3)”, complementou o sindicalista.